terça-feira, 19 de outubro de 2010

Sinopse

“E sucedeu que, quando os filhos dos homens se multiplicaram, naqueles dias nasceram a eles filhas formosas e belas. E os Anjos, os filhos dos Céus, as viram e cobiçaram. E disseram uns aos outros: ‘Venham, escolhamos para nós esposas, dentre as filhas dos homens, e geremos filhos para nós’."
Livro de Enoque

Aurora é uma garota que apenas deseja ter uma vida normal, depois de ter passado os últimos dois anos internada em uma clínica para o tratamento de uma doença enigmática.
Ela acorda de um sonho estranho, e se vê em um lugar diferente, uma ilha misteriosa cercada de desconhecidos. Seu irmão gêmeo, Tomas, que sempre se sentiu um prisioneiro na horrível clinica, vê naquela fuga a salvação, mas a reação da irmã ao descobrir seu plano é a pior possível e isso pode colocar tudo em perigo.
Eles conhecerão Sarah, a chefe do Sentinela, que é apenas uma menina. E Gale, dono dos olhos verdes que guiaram a Aurora em seu sonho, e que logo conquista a amizade e confiança da garota. Mas nada naquela comunidade parece ser normal.
Tomas terá que provar para a Irmã que o impossível pode acontecer bem diante dos olhos dela, mesmo que ela ainda não consiga roubar as cores como ele. E o que para uns é um dom, para outros é maldição.
Segredos, mentiras e pecados por anos escondidos do mundo terão de ser revelados, agora que a luz foi despertada.
“Descubra os Segredos Celestiais, descubra um novo mundo”

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Prólogo

Aurora se viu só e perdida pela primeira vez em sua vida. Seu irmão e melhor amigo, Tomas, havia decidido não ir para casa com ela e partiria horas antes de volta para a ilha. Ele estava obcecado pelos nefilins e seus mistérios.
        Ela, ao contrário, desde que conseguiu fugir da clínica médica, apenas desejava voltar para casa. Caminhava pelo aeroporto e desejava que o tempo passasse depressa, mas não conseguia se sentir feliz. Pensava em tudo o que havia acontecido nos últimos meses e, principalmente, pensava em Gale.
       As palavras da cigana que há pouco havia conhecido não saíam de sua mente: “Vejo um rapaz. Ele é muito bonito, seu nome começa com a letra G, sei que você gosta dele, mas vejo você derramar muitas lágrimas.”.
       Como uma pessoa que não a conhecia poderia saber aquilo? Mas definitivamente aquela não era a coisa estranha que havia acontecido em sua vida nos últimos meses. E o rosto aflito da cigana quando pediu para que ela não viajasse ainda estava cravado em sua memória.
        Talvez fosse melhor que ela não voltasse mesmo. Tinha medo de estar colocando sua família em risco, sabia que as pessoas das quais havia fugido eram perigosas.
        Então, ouviu a chamada de seu voo. Hesitou por um momento, mas sabia que não tinha mais para onde ir, não voltaria para a ilha e não sabia o que poderia fazer. Enfim, ela seguiu pelo corredor. Olhou uma última vez para o corredor, mas não havia ninguém.